Semana (extra) das Mães

Gambe4Women
3 min readMay 21, 2021

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O dia das mães já ficou no passado, quase 15 dias atrás, mas definitivamente eu qualificaria esta semana como a semana das mães.
Afinal, as mães que fizeram notícia esta semana não deixaram nada a desejar no quesito polêmica.

Instagram da Midia Ninja

A Raisa, que dentre muitas outras coisas é voluntária no GAMBE, compartilhou esta frase genial esta semana:
“Como mulher, você é sempre jovem ou velha demais para as coisas, porque a idade perfeita é quando você é homem” (veja foto).

Fiquei pensando na Naomi Campbell, maravilhosa, mulher de sucesso na carreira, rica e famosa e que anunciou esta semana que se tornou mãe pela primeira vez.
Ninguém sabia que ela estava grávida, se esteve grávida, se foi através de barriga de aluguel, se adotou, se a produção foi independente …o que importa é que ela tem 50 anos e o mundo todo se acha no direito de dizer que ela é velha demais para ser mãe.
Mas se ela fosse pai, como muito bem analisou Nina Lemos na sua coluna do Universa, tudo bem. Pai velho pode.

Mãe nova demais também não é bom, segundo os especialistas do mundo todo. Não tem experiência de vida, vai prejudicar os estudos, não vai ser ninguém na vida e ainda vai fadar o pobre do filhe a viver os perrengues da vida de pobre.

Ela também não pode optar por abortar, no Brasil e em vários outros países. Estava bom enquanto fazia, agora arque com as consequências, dizem as pessoas do bem. Afinal, fazer uma escolha sobre o seu próprio corpo e seu futuro é coisa de esquerdopata assassino de bebês.

Mas mãe em idade ativa de contribuição para com a sociedade… também não é bom momento para optar por ser mãe. Os empregadores não gostam de empregar mãe-mulher porque acaba faltando ao trabalho se a criança adoece, enquanto os pais não têm este problema. Também tem aqueles meses todos de licença maternidade. Muita inconveniência.

Mãe que se arrepende como a atriz Karla Tenório e sua peça autobiográfica “Mãe arrependida” também não é bom, não pode e deveria se calar. Vai traumatizar a criança. Porque aparentemente detestar a maternidade e amar o filho são “atividades” impossíveis de coexistirem. Rolou até declaração de colunista homem com um total de zero vezes de experiência em ser mulher e mãe, afirmando que é fácil se arrepender do alto do privilégio da moça branca, artista e famosa. A Karla Tenório declarou que se desconstruiu por 10 anos para conseguir sair desse armário, mas tem macho querendo que ela entre de volta, tranque a porta e jogue a chave fora.

Ser mãe no exterior também é um problema. Ainda mais se você acabar se separando do pai das crianças e quiser se mudar. Você pode até ter sido a principal cuidadora dos teus filhos, você pode até ter um histórico de ter estado num relacionamento abusivo e teus filhos terem sido vítimas indiretas de violência doméstica, nada é levado em consideração. O mais importante é que a criança fique onde está, afinal, remover um ser do seu habitat natural pode até matar o bichinho, não é mesmo?

E se num momento de desespero você, mãe expatriada, se muda com a criança de volta para seu país de origem, cuidado! Você é taxada como sequestradora de menores. Suas crianças provavelmente serão arrancadas à força dos seus braços e serão devolvidas ao pai, aquele ser imaculado.

Por fim, uma vez que você se torna mãe, o resto todo de você, acabou! Não tem profissional, certamente não tem mais mulher. Jamais se case ou namore novamente. Você quer expor suas jóias mais preciosas ao perigo que é ter padrasto?

Então, #ficadica da @pretademaiss:

Instagram Midia Ninja

PS: este texto é carregado de ironias.
Autoria: Stella Furquim

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Grupo de Apoio a Mulheres Brasileiras no Exterior

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